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PORTUGUESE - The interview with Tommy Eriksson Posted by Thor on September 07 2007

A entrevista com Tommy Eriksson
A entrevista foi feita pela revista Wolfzeit (wolfzeit@web.de). Obrigado à Dragon Rouge da Polônia.

Tommie Eriksson é o ex-guitarrista do Therion, ele também é um membro da Dragon Rouge a qual Christofer Johnsson e Thomas Karlsson pertencem (Thomas foi também o fundador dessa organização). Vocês podem encontrar aqui algumas explicações de algumas palavras e conceitos que podem ser encontrados nas letras do Therion. (Thor)

 

Por todo o mundo, em mitos e lendas de todas as culturas, Dragões tem um papel grande e importante. Quais são os significados óbvios e quais os mais profundos dessas lendas? Qual é o significado profundo do Dragão?

Isso é uma coisa que é lentamente revelada durante o longo e difícil processo do grande trabalho. Mas eu posso apontar alguns de meus pensamentos sobre esse assunto, entretanto. O dragão é uma entidade única por poder ser encontrada em diversas culturas. Geralmente o que denota um dragão na mitologia é que ele combina os elementos (as escamas-água, as asas-ar, o corpo-terra, respiração flamejante-fogo) e deste modo vêm o quinto elemento, a quinta-essência. Em certos mitos o dragão também carrega uma pérola ou uma pedra que podem simbolizar sabedoria e força mágica. Esse simbolismo pode por exemplo ser encontrado em textos gnósticos nos quais a jóia dos dragões simboliza o higher self. E nos mitos dos Nagas eles também carregam uma pérola, e o elixir que pode conceder vida eterna, mas que é também um veneno mortal. O mais interessante é o fato de que o Dragão é uma união da Serpente e a ave-o céu e a terra. Esses dois pólos estão no fim do eixo central (Sushumna, Irminsoul/Yggdrasil etc). Isso pode ser comparado ao Iormundgandr no pé da Yggdrasil e à águia no topo da árvore. No Tantrismo podemos encontrar a Shiva/Shakti dyad. Shakti aparecendo da Muladhara chakra se une com Shiva no Ajna chakra, a kundalini nesse estágio aparece como um dragão alado. O dragão simboliza o período final do processo da kundalini, onde o homem se torna um deus. A faísca divina foi ativada e transformada no diamante negro. A jóia do dragão nos mitos corresponde ao estágio final da Alquimia (A Pedra Filosofal, Elixir Vitae, o diamante etc). Na alquimia tradicional ocidental o caminho da iniciação é um "via sacra", que é influenciado pela religião monoteística a qual busca aniquilar o que é visto como aspecto obscuro. O Lapis Niger está nessa tradição visto como apenas o pedra base de Saturno, que é pra ser enaltecida para o mais alto estado branco e pra pedra filosofal, ouro ou diamante. Mas a verdadeira alquimia dos mistérios obscuros de Khem foi concedida com a criação do elixir negro/pó/pera. O nível Rubedo corresponde ao Diamante Negro. Deste modo o vermelho/nível Rubedo é o verdadeiro estágio da satisfação. O objetivo alquímico do caminho da mão direita corresponde ao Sahasrara chakra e à eternidade passiva da aniquilação, enquanto o nível do Diamante Negro corresponde aos chakras secretos acima do Sahasrara e á uma dinâmica eternidade ativa. O Diamante Negro é a forma mais elevada do Lapis Niger, assim como o vermelho Muladhara chakra é encontrado numa forma mais elevada no nível Sahasrara. Ouroboros, a serpente enrolada simboliza esse processo de completa iniciação. Deste modo o dragão inclui o princípio da transformação do homem que em nossos corpos é a Kundalini. Alquimia Draconiana é uma via sinistra. Nos níveis mais baixos, o dragão é a fractal, o modelo em constante mudança da dinâmica força da vida.

De onde veio o Dragão? (Por favor nos diga sobre o princípio arquetípico do Dragão-Ur.) Você acha que realmente existem eventos históricos que se deram num passado longínqüo, os quais hoje em dia são obscurecidos por mitos e lendas com relação aos "verdadeiros dragões"?

Eu assumo que você está aqui se referindo à origem mitológica do dragão. Dragão como entidades são mencionados em antigas fontes Sumérias e Egípcias e imagens de aproximadamente 3000 anos antes de Cristo foram encontradas na cultura Suméria. Estudiodos costumavam acreditar que o dragão Chinês têve sua origem no ocidente. Mas em 1987 um mosaico de 1,78 metros de 5000 anos antes de Cristo representando um dragão foi encontrado num túmulo no norte da China. Nos mitos o dragão é freqüentemente conectado às águas primitivas de antes da criação. A palavra Tehom significa "o mar profundo" em Hebreu e esta é a mesma palavra que Tiamat. No mito Cristão Tehom/Tiamat também fazem parte da criação. Em muitos mitos de criação o corpo de um dragão ou gigante é esquartejado para criar o céu e a terra, deste modo a terra física pode ser vista como uma forma do dragão, e nossos corpos que nos mitos Babilônicos são criados do sangue de Kingu contendo qualidades divinas. A kundalini da terra e o corpo são dois aspectos do dragão, o interior e o exterior. O dragão-UR é ligado às águas primitivas de antes da criação e à força dinâmica na criação. Isso também é interessante comparar com certas teorias cabalísticas das duas forças da criação. A estática e a dinâmica, a força dinâmica saindo da estrutura da força estática e assim dando vazão à Qliphoth. A origem da palavra dragão vêm do verbo grego "derkein" que significa "vendo", "ver", ou "ver claramente". Trabalho prático com a kundalini pode levar a um nível profundo de clarividência ou "vista clara" no qual o mágico vê através do véu do mundo. Esse véu de Maia está nos sistemas do caminho da mão direita e é tido como uma ilusão a qual o adepto deve resistir e vencer. Mas um adepto draconiano vê Maya-Shakti como força e potencialidade, não como algo pra se escapar ou vencer. As tradições do caminho da mão direita são baseadas em estruturas éticas que são em sua maioria teóricas. As tradições do caminho da mão esquerda são práticas e a chave para o trabalho mágico é agir, fazer. A palavra realidade em Suéco e Alemão é "Verklighet" e "Wirklichkeit", são palavaras que descrevem existência como um estado ativo, não uma jornada passiva, mas uma situação baseada na vontade e no trabalho de uma pessoa. Você está mencionando eventos históticos, "dragões reais", bem, quem sabe...

Na erudição cristã, o Dragão foi através dos anos reduzido à um símbolo do mal, se tornou uma personificação "do Dêmonio". Histórias famosas são as revelações de São João ou o conto de São Jorge matando o dragão. Em qual ponto o dragão ficou visto como Satã?

O dragão como um ser primordial do caos, foi visto com respeito e medo. A erudição Cristã levou esse medo à níveis extremos e como um símbolo da força vital o arquetipo do dragão foi reprimido, assim como a força da vida do homem. Mas nas culturas asiáticas o dragão é visto de modo bem diferente. Mas ficar dentro da erudição Cristã, para salvar o espaço, os mitos de assassinos de dragões descrevem como os costumes pagãos são conquistados pelas religiões monoteísticas. Mas também como a força vital é desativada. Quando o dragão é jogado no abismo, assim o é também a nossa força vital. Magia draconiana é, deste modo, um caminho para o abismo para despertar a força vital. Na erudição Cristã o dragão se torna Satã. A serpente no jardim do Éden (Lilith) personifica o aspecto kundalini, a força vital, a força dinâmica que quebra a ordem perfeita da criação de Deus. Isso corresponde ao número 11 (Qliphoth).

Você acha que os contos de assassinos de dragão como São Jorge e o nórdico/germânico Siegfried têm um contexto mais escondido e profundo do que aquele óbvio? Neste caso, o que você toma como o significado mais profundo dessas histórias?

É evidente que esses mitos que você está mencionando aqui tem muitos contextos. É interessante como Siegfried depois de ter matado Fafner conseguiu compreender o canto das aves. É um conto de iniciação. Os dois contos que você está mencionando são diferentes num aspecto importante. Siegfried ganha abilidades mágicas e "se torna" o dragão, enquanto São Jorge, lamentávelmente, apenas tenta matá-lo.

Pelo que entendo, o dragão é uma "força feminina". Ele representa os círculos eternos da natureza, mas também é relacionado com as forças selvagens e indomadas da inconsciência. Por favor explique esse conceito.

O dragão não é necessariamente uma entidade feminina. E eu quero enfatizar que na Dragon Rouge não trabalhamos tanto com o dragão em sua forma clássica, como a animal. Mas mais propriamente com a palavra kundalini e em profundos aspectos indefinidos. Mas a Kundalini pode ser vista como feminina, mesmo se houver os aspectos Ida e Pingala. Lilith na forma da serpente no jardim do Éden é um exemplo interessante. Pra mim, os eternos círculos da natureza e as forças selvagens e indomáveis do inconsciente não são opostos, realmente. Em nossa moderna estrutura existencial a natureza é o desconhecido, o selvagem. A ordem da natureza é de nossa perspectiva quase como o caos. A ordem do Homem é inatural mas ainda assim vista como correta, e deste modo a natureza se torna a antítese obscura. O dragão exterior pode ser encontrado na natureza, na energia da terra, chamada de Força da Terra, Od, ...nd, Vril, etc. Essa força não está incluída na então chamada civilização de hoje. Deste modo um mágico draconiano precisa entrar no lado negro também desse mundo, que é natural á noite. Claro que há aspectos do dragão que estão completamente fora dos círculos da natureza. Isso é relacionado ao Dragão Negro. Na Dragon Rouge estamos trabalhando tanto com o Dragão Vermelho quanto com o Negro. O Negro corresponde aos anti mundos das sombras e ao que pode ser chamado de Universo B.

O que é Magia Draconiana e o que a DR faz? Em quê as filosofias do caminho draconiano se baseiam? O quanto a Magia Draconiana se assemelha aos ensinamentos de Kenneth Grant e ao modo da Magia Tifoniana?

Acredito que nas respostas anteriores foi incapaz de evitar discutir o sistema da Dragon Rouge. Mas pra continuar, a Magia Draconiana da Dragon Rouge é uma progressão Alquímica do estado de ser uma criação ao estado de criar a existência de uma pessoa. Nosso sistema de iniciação é baseado nas 11 esferas da Qliphoth mas também em certos modelos das velhas estruturas Nórdicas-Odínicas. O sistema da DR não é influenciado ou similar à esse da Tifoniana OTO. Estamos usando certos nomes e símbolos que são similares ou iguais, mas há diferenças fundamentais entre nossos sistemas. Na DR estamos por exemplo entrando na Qliphoth pela qlipha de Lilith, e não nos baseamos numa estrutura mágica tradicional ocidental. Nossas iniciações são práticas (mas claro que também requer progressão intelectual) e o nível da iniciação somente é conhecido pelo mágico e pelos irmãos e irmãs no mesmo nível ou em níveis superiores. Os níveis realmente apenas definem onde você está, mas uma ordem de magia negra precisa de certas estruturas para compreender as extremas experiências e trabalhos.

Informação oficial sobre o sistema da Dragon Rouge:

O sistema da DR é baseado em quatro tradições mágicas principais: A Alquimia Draconiana/Tifoniana, A Cabala Qlifótica, A velha magia Nórdica Odínica e o Tântra Vamachara. Mas esses são apenas métodos e mapas. Um mágico na DR pode trabalhar com sua tradição preferida mas tem de estar aplicada ao nosso sistema de iniciação e à progressão Alquímica Draconiana. Para o Corpo Principal da DR na Suécia, claro que o velho sistema Nórdico Odínico é muito importante e pra alguns o foco mágico principal.

As tradições acima compartilham o fato de que o adepto é guiado passo a passo, até à escuridão onde ele/ela pode se tornar um deus. Se o adepto seguir o caminho de Odin ou do deus alquímico Egípcio Chepera e entrar no submundo e se sacrificar para si mesmo o adepto pode completar a transformação de ser uma criação para um criador. O mundo não foi criado em algum momento no passado como as religiões monoteísticas dizem. O mundo é criado a cada momento, algo que Friedrich Nietzche apontou. O sistema de iniciação é baseado em 1 + 9 +1 níveis. O primeiro passo é onde os não iniciados começam. Um caminho através do portão ao lado negro. Os 9 passos seguintes representam os 9 níveis do lado negro ou o submundo que Odin passou em sua iniciação nos segredos das runas. Esses passos levam o adepto ao coração da escuridão e transforma o homem num deus (como prometido pela serpente em Gêneses 3:5 quando o homem começa a iniciação por comer os frutos do conhecimento). O último passo está além dos limites da criação.

1. Lilith 1.0°. O portal para o desconhecido.

2. Gamaliel 2.0°. Os sonhos obscuros. Magia astral. Feitiçaria. Os mistérios da lua negra. A Deusa negra.

3. Samael 3.0°. A filosofia do caminho da mão esquerda. A sabedoria da insanidade. Magia Yezidi. O lado negro dos Chakras.

4. A' Arab Zaraq 4.0°. Magia Luciferiana. O lado negro de Vênus. Eroto-misticismo e o caminho do guerreiro.

5. Thagirion. 5.0°. A iluminação do lado negro. O sol negro. A união de deus e da besta.

6. Golachab 6.0°. Ragnarök. A ativação de Surth/Sorath. O magnetismo da luxúria e sofrimento.

7. Gha'agsheblah 7.0°. Os níveis mais altos de eroto misticismo. Preparações para o abismo.

8. Satariel 8.0°. A abertura do olho de Lúcifer/Shiva/Odin. O princípio draconiano.

9. Ghagiel. 9.0°. A luz da estrela de Lúcifer.

10. Thaumiel 10.0°. O cumprimento da promessa feita pela serpente. Divindade.

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11 Thaumiel 11.0°. O buraco negro. O passo para a nova criação. Universo B.

Há certas técnicas para alterar a consciência, e conseqüentemente, alterar a própria realidade? O quanto essas técnicas correspondem à yoga, meditação ou técnicas de transe? O Dragão Vermelho é também um sinônimo para as forças Kundalini?

Nos baseamos num ocultismo empírico, o que quer dizer que além das estruturas do sistema mágico primário, cada mágico usa o que funciona pra ele/ela. Algumas dessas técnicas correspondem ao sistema Tântrico e usamos muitas técnicas de transe. Como pode ser compreendido pelas minhas respostas acima, a kundalini pode ser vista como o dragão interior. O sistema da DR não é tão contido em certas mitologias ou sistemas mágicos, mas mais propriamente em como a pessoa trabalha mágicamente dentro delas. Nosso sistema mágico/alquímico de progressão pode ser adaptado à muitos sistemas conhecidos.

O Dragão também é relacionado com a sexualidade, com a libido? O quanto a magia sexual é importante dentro da DR?

Toda magia que envolve a kundalini pode ser usada na magia sexual. Mas não sexo num sentido físico. Usamos técnicas tântricas e trabalhamos com os diferentes aspectos da kundalini como Prana, Vril, Od, ...nd, etc. A força succubus/incubus do nível Gamaliel é usada para despertar a kundalini e para progredir à níveis mais baixos.

Numa conferência feita pela DR alemã eles falaram sobre uma técnica chamada de "vampirismo". O que isso quer dizer?

O que esta conferência específica quis dizer eu não sei porque não estava lá, mas no sistema da DR há aspectos que podem ser ligados à esse termo. A interpretação vulgar de vampirismo, que foi pêga e incentivada por filmes de terror nada mais é que uma sombra dos verdadeiros mistérios. O atual "beber sangue" é, claro, uma metáfora. Na magia Draconiana o adepto não usa vampirismo para sugar força vital de outras pessoas. Um mágico negro ativa a kundalini e não precisa de energia exterior, mas o vampirismo é direcionado à força interior. Ao invés de deixar certos modelos mentais/emocionais acabarem com a energia ele é todo usado no processo mágico. No sistema da DR o adepto descodifica e reorganiza as estruturas interiores de acordo com o sistema mágico, o símbolo desse processo é Chepera. Chepera é um símbolo do estado da mente que permite ao mágico passar pelo processo e progredir até o nível mais alto de consciência sobre os pensamentos e identificação reduzida. No processo de formação, o trabalho com aspecto da Besta/Daemon, o adepto da DR usa a energia sexual para despertar a kundalini e abrir o estado do Sol/Sol Negro. As energias de Gamaliel é o dínamo que energiza o processo Thagirion. O nível Thagirion corresponde à deidades como Fenriz, Surt, Sorath, e mais significantemente à inteligência mágica do Daemon do adepto. A palavra vampirismo pode significar "beber", o adepto draconiano bebe do cálice de Odrorir, do graal negro do êxtase.

A DR usa (muito conscientemente) símbolos e sistemas, que têm uma má reputação com mágicos do tradicional caminho da mão direita ou que provocam um sentimento incerto de angústia. (-> como o pentagrama invertido, a roda solar, o diamante negro, etc). Por que vocês escolheram trabalhar com esses conceitos?

Uma ordem de magia negra trabalha com o lado negro, deste modo os símbolos devem corresponder à essa estrutura. Os símbolos são vistos como o 'mal' pelas religiões monoteísticas, mas o quê isso quer dizer? A demonização de nossa força vital e de nossa força nos guiou á uma grande parte da realidade "escondida" e "proibida". A "angústia" deve aparecer quando estamos propensos sobre o limite do nosso mundinho. Se você olhar pra mapas antigos do mundo, as pessoas acreditavam que dragões e monstros residiam onde ninguém jamais estêve. A escuridão contêm nós mesmos, nossa divindade. As terríveis máscaras que cobrem esse conhecimento maravilhoso mudam do grito pra risada quando quando você as conhece. Elas estão rindo do mundo, e nós estamos rindo com elas. Eu não vejo a roda solar como obscura de modo algum, como o uso secular de símbolos nos tempos modernos podem influenciar as estruturas eternas? Se alguém não consegue enxergar além da face suja que esses símbolos esconderam no passado, esse alguém perde muito. Não há rebelismo "satânico" envolvido em nossa escolha de símbolos, mas nós não tentamos evitar isso também. Se for necessário se rebelar contra um sistema, porque essa pessoa ainda estará dentro dele e comandado por ele. Mas o rebelismo deve ser uma saída. Magia Draconiana está fora das estruturas estreitas do monoteísmo e paranóia secular. Precisa-se confrontar esses símbolos para deixar as superstições da era atual, então eu entendo o porque de haver um movimento satânico, mas permanecer no satanismo é como permanecer no Cristianismo. Eles alimentam um ao outro. O pentagrama invertido representa a Via Sinistra, um homem de cabeça para baixo (também correspondendo à viparita karani no Tântrismo e assim à um certo antinomiamismo). Ele aponta para baixo, pra terra, e pro "aqui e agora". Monoteísmo removeu a alma do mundo e da natureza e os colocou em algum distante paraíso bem longe. Deste modo a experiência do aqui e agora se torna sem sentido, porque esse é um lugar "mal" cheio de perigos. A devastação da natureza e a degeneração espiritual são resultados deste processo. Um adepto draconiano usa esses símbolos na progressão mágica e esses símbolos têm sido desde muito tempo atrás um efeito poderoso na mente da humanidade.

Você também trabalha como o "Lado Obscuro" da cabalística Árvore da Vida, onde as "cascas", a qliphoth, residem. Dizem que o símbolo da proibida Árvore do Conhecimento no jardim do Éden se refere à qliphoth, enquanto a (muito mais proibida) Árvore da Vida é simbolizada pela sephiroth. O dragão é então (em forma de serpente) o professor secreto da humanidade, o mensageiro da Luz do Conhecimento?

A serpente no Jardim do Éden é um dos mais poderosos arquetipos da iniciação. Ela corresponde à kundalini, que certamente é a mensageira do conhecimento e um professor secreto.

Qual o significado do diamante negro, o Adamas Ater? Seu simbolismo corresponde ao conceito do sol negro e ao significado secreto por trás da frase alquímica "Vi.t.r.i.o.l."?

No sistema da DR o Diamante Negro corresponde ao nível Thaumiel, o Olho de Shiva/Odin/Lúcifer. É a última fase da progressão da centelha divina. O Diamante Negro é o buraco negro que consome toda energia (a kundalini) e assim se torna indestrutível. Se usarmos o sistema cabalístico para explicar esse processo, o mágico na DR trabalha com os dois lados, mas com ênfase na Qliphoth. Assim o mágico alcança Kether, mas também Thaumiel. Enquanto o mágico do caminho da mão direita alcança Kether mas não Thaumiel. Alcançando Thaumiel o processo da kundalini chega ao seu estágio final (na mão direita o objetivo é geralmente aniquilar a kundalini). O estado de Kether pode ser descrito pelo Diamante Branco (Sahasrara chakra branca), o estado de Diamante Branco em muitos sistemas é chamado de "se juntar à Deus" (Samadhi). Esse estado corresponde ao número 10. Mas o Mágico Draconiano que também passou pela iniciação da Qliphoth e à kundalini pode dar mais um passo. Pelo buraco negro (que corresponde ao termo "Sunya") até um nível acima de Samadhi e Kether (que corresponde ao tempo "Kaivalya"). Ao invés de se juntar à Deus o mágico draconiano se torna um deus.

(A fórmula de V.I.T.R.I.O.L. descreve a jornada iniciatória. Isso, claro, corresponde ao Diamante Negro. O sol negro corresponde ao estado Daemon/Besta ao qual se trabalha no nível Thagirion)

Você está ciente dos ensinamentos secretos da "Ordo Draconia de Sarkenyny Rend", a sociedade draconiana secreta re-estabelecida pelo Imperador Sigismund da Hungria em 1408? Estudiodos ocultistas estão certos de que essa ordem se remete ao velho egito, precisamente ao padre-príncipe Ankhfn-khonsu (2170 A.C). Existe alguma semelhança à DR?

Eu não sei se eu chamaria essa ordem de "draconiana", ao menos não na minha interpretação dessa palavra. Foi chamada de Ordem do Dragão e têve um dragão como símbolo, isso é verdade, mas talvez eles não trabalhavam com a corrente draconiana. Eu acho que esse assunto é popular devido às idéias românticas sobre Vlad Tepes. O "colégio" Scholomance é interessante, porque a palavra vêm de "Salomão". Assim deveriam praticar magia salomônica lá, e claro, alquimia. Eu não vejo qualquer semelhança real entre essa ordem e a DR, não lutamos contra muçulmanos, pra começar.

A magia babilônica/suméria é uma fonte pro caminho da DR?

Visto que as antigas culturas dos sumérios e dos babilônicos tiveram uma grande e extensa influência, é difícil não sermos influenciados por eles. Então sim, eu diria que é uma fonte pro nosso sistema.

Nos tempos dos celtas, os reis eram chamados de Pendragons. Os pycts e foices também usam o símbolo do dragão. Eles foram conhecidos por cultos feitos com crânios, rituais no fundo da terra em cavernas escuras, a consumação do sangue e pela religião shamanística e extática. Alguns dizem que isso tudo veio da Suméria (onde os reis e rainhas também eram chamados de Dragões) e talvez de um passado muito mais distante, até às lendas de Atlântida, Hiperbórea -> o Mistério Árcade. O que você acha sobre isso?

Reinos mitológicos como Atlântida, usada como símbolo ou como um fato histórico atual, certamente poderia ser vista como uma possível origem do Culto Draconiano. Existem ligações que podem ser reconhecidas em muitas culturas; Egípcia, Suméria/Babilônica e na cultura Yezidi Indo-Européia. Na DR trabalhamos com o conceito de Atlântida, mas mais como um nível astral e estado de consciência ou talvez como um conceito do que um lugar físico. As Foices são realmente interessantes.

O que acontece com uma pessoa, quando o dragão desperta nela? Você acha que cada ser humano é capaz de despertar e de lhe dar com as forças do Dragão?

Muitas pessoas que trabalham com a kundalini não estão cientes da kundalini exterior e da força da terra e de que o dragão é uma forma que simboliza a energia em sua mais perfeita forma. Trabalhar com a kundalini sem compreender a força extrema que ela é, pode ser perigoso. Eu também acredito que é perigoso ver um caminho espiritual como se ele apenas tivesse coisas que a pessoa gosta ou compreende. Isso é característico do caminho da mão direita. O dragão é também o modelo que sempre muda, fractal. Essa energia dinâmica é um pulso que o mágico draconiano segue. Ele é a respiração do caos, a constante criação e destruição. Se um mágico for contra a própria convicção, contra a criação, é porque ele/ela está seguindo esse pulso. Ir contra a própria convicção-antinomianismo também pode ser uma maneira de encontrar esse pulso na vida de uma pessoa. O verdadeiro antinomianismo têm, entretanto, muito pouco a ver com fazer coisas que os outros acham que são "erradas" ou "ruins". É o caminho muito mais desafiador de fazer as coisas que quebram a estrutura interior de uma pessoa para criar uma nova de acordo com a progressão mágica. Antinomianismo é um aspecto um tanto quanto difícil, visto que requer extrema disciplina e vontade. Esse pulso draconiano é pura energia, e o mágico pode direcionar a jornada com sua vontade e ele não será um passageiro passivo. Lhe dar com essa força é realmente um grande trabalho. Todos podem despertar, mas canalizar essa força num trabalho mágico requer grandes esforços. O resultado desse trabalho é intimamente relacionado ao sistema o qual o mágico trabalha. Se alguém trabalha num sistema mágico clássico ocidental o trabalho da kundalini pode ser um pouco difícil, visto que essas estruturas não são capazes de incluir essa força. O sistema Tântrico é muito influenciado pela cultura Indiana e pra realmente entende-lo e trabalhar com ele, a pessoa tem que quase se tornar um Indiano. Enquanto uma pessoa norte-européia pode usar o velho sistema Nórdico e sua ...nd força e trabalhar com as linhas do dragão e as runas. O velho sistema Nórdico pode certamente ser usado junto com o trabalho da kundalini.

O sistema mágico da DR é baseado em certos modelos indefinidos e está intermediando a corrente Draconiana de acordo com eles. Thomas Karlsson foi nomeado para fundar a ordem por um conselho de um orgão secreto de iniciados na tradição Yezidi-Tifoniana. Quando eles passaram seu conhecimento e autoridade à DR em 1990 a ordem foi oficialmente fundada. Não trabalhamos com os princípios religiosos Yezidi num modelo cultural ou mundano, mas somente com os segredos antigos internos que esta tradição mantêve e preservou.


Traduzida por Paulo Squarsoni
Comunidade brasileira do Therion no orkut
Comments
357 #1 kevinhill
on December 18 2010 09:23:53
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