Enquanto alguns músicos passam a vida toda numa única banda, existem outros que tocam com tanta gente que fica difícil acomponhá-los em todos os projetos. Esses da última categoria são ainda mais interessantes de se acompanhar quando estão em projetos de vários estilos. Muitos fãs ao redor do mundo amam o cantor suéco Mats Levén por fazer os vocais no álbum "Facing The Animal" do Yngwie Malmsteen (1997), mas talvez eles não saibam sobre o envolvimento dele em projetos do baixista do Candlemass Leif Eidlig como Abstrakt Algebra e Krux. Ao mesmo tempo, muitos daqueles que admiraram a performance dele no último álbum do Therion "Sirius B/Lemuria" (2004) e subseqüentes shows ao vivo talvez não tenham idéia de que quase 15 anos atrás ele foi o cantor de grupos de hard rock como Treat e Swedish Erotica. O que decidimos fazer quando encontramos o Mats no backstage no show do Therion em Moscow em Dezembro de 2004 foi como uma entrevista, falando sobre mais ou menos todos os aspectos da carreira desse grande cantor, e um pouco depois da banda ter retornado, ligamos para o Mats...

Você gostou de Moscow? Você conseguiu ver a cidade?

Não, eu cheguei aqui 4 horas antes do show, e depois fomos embora ás 6 da manhã do dia seguinte. (risos) E fui até ao local do show, fiz a checagem de som, esperei pelo show, depois fomos direto ao hotel. (risos) Eu realmente não vi nada.

E você gostou do show? Gostou da público e da performance?

Sim, foi ótimo! Foi minha primeira vez na Rússia, e eu realmente fiquei surpreso pelo público. Eles foram fantásticos, foi realmente muito bom.

Como você originalmente começou a fazer shows com o Therion? Quando e como você encontrou pela primeira vez com o cabeça do Therion Christofer Johnsson?

Eu era amigo do Johan Niemann, o baixista, e eu e Johan tocamos juntos em outra banda. Johan apenas me perguntou um dia se eu estava interessado em fazer alguns vocais principais no álbum, e eu disse, "Claro!". Depois conheci o Chritofer, ouvi algumas músicas, sabe...assim que o conheci.

O quanto você ensaia antes da turnê? Pelo que entendemos, tocar junto com um coral e uma orquestra gravada não é uma coisa fácil...

Bem, pra mim não é realmente diferente. Provavelmente o Petter têve mais trabalho, o cara que toca bateria, porque ele tem de estar sincronizado com tudo isso. Eles ensaiaram sem mim bastante, eu acho. Eu provavelmente apenas ensaiei 3 vêzes ou mais antes da turnê começar. Eu fiquei em casa e apenas aprendi as letras sozinho, então eu estava preparado, e depois ensaiamos juntos, todos, talvez 3 vêzes.

Em Moscow vocês tocaram dois covers - Black Funeral do Mercyful Fate e Iron Fist do Motorhead, e realmente surpreenderam muita gente. isso foi idéia sua?

Não me lembro, talvez sim. Eu já cantei outras músicas tanto do Motorhead quanto do Mercyful fate, então foi provavelmente eu e Christofer discutindo quais covers iríamos tocar, e então decidimos tocar esses.

E qual é mais difícil de imitar - King Diamond ou Lemmy?

Eh, quase a mesma coisa. É mais difícil imitar o Lemmy. Se eu fizesse isso toda noite cantando dez músicas dele, ficaria bem cansado depois.

E você provavelmente não bebe e fuma tanto...

(risos) Não, eu não. Mas é muito divertido imitá-los.

Você continuará com o Therion no futuro? Ou foi apenas um trabalho passageiro?

Não, não, faremos mais shows esse ano, e eu espero gravarmos um novo álbum. Depois do verão, talvez no fim de 2005 devemos fazer o álbum e depois sairmos em turnê novamente em 2006. Isso é o que espero.

Agora vamos falar de outros projetos que você está envolvido. Você participou no novo single "Where Is The Fire", que será um single de caridade às vítimas do Tsunami do sudeste da Ásia...

Ele foi gravado a quase dois anos atrás. No começo ele foi feito para as vítimas do ataque de 11 de Setembro no World Trade Center, mas algo aconteceu com a compania que iria lançá-lo, então nada aconteceu. Agora quando essa catástrofe occoreu na Ásia, eles tiveram a idéia de usar o material que fizemos dois anos atrás. Por isso que lançaram agora, e eu acho que eles irão fazer um DVD com material extra, e todo o dinheiro irá pras vítimas do tsunami.

Vimos muitos exemplos de singles beneficentes não venderem tanto. Por exemplo, as pessoas que estavam envolvidas na gravação do single dos melhores artistas alemães "Let Love Conquer The World" que foi lançado aproximadamente no fim de 1990 nos contaram que ninguém soube o que aconteceu com o dinheiro que levantaram. Você acha que seu single realmente ajudará as vítimas do tsunami?

(risos) Eu não sei, mas pelo que ouvi da compania que lançara o single agora, muitas companias na Internet como a Amazon.com já pediram várias cópias do single. Isso parece bom, quer dizer que deverá será distribuido e vendido pras pessoas também. Deverá dar muito dinheiro, eu realmente espero que sim, de qualquer modo.

Como você dividiu as partes vocais nesse single? Se não estamos enganados, há em torno de 150 músicos envolvidos no álbum...

Eu nem lembro, foi há muitos anos atrás. (risos) Eu apenas fui ao estúdio e cantei algumas linhas, foi realmente bem rápido. Eu realmente não conheço ninguém que está envolvido nisso, porque eu apenas fui lá e fiz minha parte.

Se fomos informados corretamnte, no momento você está envolvido em pelo menos 4 bandas diferentes. Como você consegue fazer tanta simultâneamente? Têm algum segredo?

(risos) As bandas em que estou envolvido são apenas o Therion, uma banda chamada Krux com o Leif do Candlemass, e uma banda alemã chamada At Vance. Mas com Krux apenas gravamos um álbum e ainda não saimos em turnê, porque todos têm estado tão ocupados com outros trabalhos. Eu só saí em turnê com o Therion e o At Vance.

Uma enciclopédia de rock na Internet chamada de Rockdetector recentemente chamou você de "vocalista viajante". E realmente, você quase não gravou mais que dois álbuns de uma vez com a mesma banda. Por que isso acontece? Você fica entediado fácilmente?

Não, de maneira alguma. A maioria das bandas que gravei algum álbum nnca foram bandas de verdade, foram mais projetos. Eu acho que as pessoas muito freqüentemente acham que é uma nova banda, mas maior parte das vezes é apenas um guitarrista que quer fazer um álbum, ele chama algumas pessoas, e depois fazemos um álbum. Mas se você reparar nesses álbuns que eu fiz, eu nunca saí em turnê em muitas dessas bandas. Eu fiz dois álbuns num projeto chamado Dogface, mas apenas fizemos um show. (risos) Eu fiz um álbum com uma banda chamada Abstrakt Algebra e apenas fizemos três shows, eles eram apenas amigos meus, também tinha o Leif do Candlemass. O do Yngwie Malmsteen - Eu fiz um álbum de estúdio e um ao vivo, e isso foi mais ou menos o que eu tinha de fazer pelo contrato que assinei. Foi tipo decidido desde o começo. Com o At Vance vamos lançar um segundo álbum agora, em Março, eu acho. Mas muitos desses álbuns em que eu estive cantando são normalmente apenas projetos que precisam de um cantor, ou é um amigo meu, que quer lançar um álbum. Normalmente eles não chamam de projeto, é como se fosse uma banda, mas muito freqüentemente não é uma banda de verdade. Essa é a diferença do Therion, por exemplo - todos sabem que Therion é uma banda de verdade, apesar do Christofer ser, claro, o cabeça. E a coisa que as pessoas costumam esquecer também é que 90% dos músicos que conheço têm que trabalhar á par da banda, eles têm outros empregos. O papel de músico é como se fosse uma coisa extra pra eles. Pra mim, eu dependi da carreira de músico por 10 ou 15 anos, e se você quiser viver de música, têm de estar numa banda muito famosa, ou têm de estar preparado pra fazer coisas diferentes com pessoas diferentes. Senão você não vai conseguir pagar as contas, isso eu garanto.

Então se uma banda quiser que você cante, você primeiramente verá se ela é famosa ou não, certo?

Não, não é assim. Pra começar, têm de haver algo que eu goste na música. Tenho de gostar das pessoas, claro, pra ser uma coisa agradável de se fazer. Mas claro, depois de um tempo, quando você fez um ou dois álbuns e você percebe que os outros caras da banda não querem fazer nada, e que eles apenas quiserem fazer um álbum para lançar o material, então não vai dar certo. Seria diferente se eu começasse uma banda com pessoas diferente, e eu soubesse que iria trabalhar com ela por uns 5 anos, mas pra muitas das bandas em que eu fiz os vocais, eu estou lá, estou preparado pra continuar com elas, mas na maioria das vezes elas não têm condições de sair em turnê. Custa muito caro, e você não recebe dinheiro da gravadora, então você faz um álbum, e mesmo se for um bom álbum, você não recebe dinheiro algum pra promove-lo. No fim, você não pode fazer muita coisa. Você faz outro álbum e tenta novamente, mas visto que desde o começo é um projeto, não é como se você montasse uma banda com 18 anos e todos estivessem preparados para sacrificar suas vidas saindo em turnê e não conseguindo dinheiro algum. Não funciona assim com muitos desses projetos. Por isso que provavelmente vários álbuns são lançados hoje por muitos projetos, mas eles talvez lancem um ou dois álbuns, depois você não os vê mais. Isso acontece muito hoje em dia. Turnê pra eles é eles serem convidados especiais pra alguém, simples assim - se você não vende nenhum álbum, a gravadora não te dará dinheiro algum. Todos na banda têm de se sustentar, arrumar dinheiro em algum lugar, assim eles não têm mais tempo pros projetos, e assim ele acaba. Uma banda como o Therion vende muito bem e têm bastante público no mundo todo, e aí você tem a possibilidade de fazer a banda crescer e fazer novos materiais. Então, claro, é muito mais excitante também, quando você sabe que tem uma gravadora por trás que investe dinheiro e tenta promover sua banda. Isso é uma coisa completamente diferente. Foi a mesma coisa com Yngwie Malmsteen - ali você tem um cara que vende álbuns, mas o Yngwie Malmsteen, como vocês devem saber, sempre têve muitos músicos diferentes, então quando você toca com ele, não é como uma banda, é um projeto solo dele, e todos sabem disso. É assim que as coisas são.

OK, e qual foi sua primeira banda? Sabemos da sua trajetória desde Capricorn, mas não temos idéia do que aconteceu antes disso...

(risadinhas) Capricorn era uma banda pequena que eu e meus amigos tivemos, fizemos nosso próprio single. Mas a primeira banda de verdade em que participei e que gravei um disco foi Swedish Erotica. Éramos de Goteborg na Suécia, gravamos um disco pela Virgin Records (era auto-intitulado e foi lançado em 1989), e depois disso eu me juntei ao Treat. Treat era uma banda era bem famosa antes de eu entrar, mas eles quiserem mudar de cantor. Foi aí que entrei, porque eu conhecia o baterista desde antes. Fizemos um disco (foi novamente auto-intitulado e lançado em 1992), mas exatamente quando lançamos o disco, o cara da gravadora que fez a gente assinar o contrato foi demitido. Quando o demitiram, nós meio que perdemos o contrato também. Por isso que apenas fizemos um disco juntos no Treat.

Você agora acha que foi uma escolha certa sair de Swedish Erotica e se juntar ao Treat? Naquele momento, Swedish Erotica tinha um grande hit no seu país natal, e o Treat não estava no auge, pelo que sabemos...

A coisa com Swedish Erotica foi que tivemos uma música que estava prestes a se tornar hit, pode-se dizer. O problema lá foi que a compania que distribuiu o single e o disco na Suécia de repente faliu. Exatamente quando tínhamos um hit, eles não puderam distribuir mais discos no país. (risos) Por quatro ou cinco semanas ninguém em toda Suécia pôde ter nosso disco ou single, porque estavam trancados num armázem em algum lugar. Isso aconteceu exatamente iríamos lançar esse grande hit. (risos) Fomos um pouco azarados lá. Eu curti muito, mas a coisa com Swedish Erotica foi que eles já tinham me pedido pra entrar na banda uma vez, e eu disse "não", porque eu não sabia se eu realmente queria fazer aquele tipo de música. Eu fiz os backing vocals no disco, mas eles tinham outro cara pra fazer o vocal principal. Entretanto ele não deu certo no estúdio, e eles ficaram meio que em pânico. Eu estava lá, e eles me pediram de novo, e era amigos meus, então eu fiquei tipo assim "OK, vamos fazer isso, vamos tentar". Fizemos um disco e uma turnê, e foi realmente legal, mas depois eu tive a oferta do Treat em Estocolmo, e eu apenas senti que tinha mais a ver com o que eu queria fazer no momento. Depois eu me mudei pra Estocolmo e me juntei ao Treat, e eu moro lá desde então.

Quais foram os cantores que te influenciaram no começo? Você já têve algum treino vocal profissional?

Não, não. Quando eu era criança, eu ouvia muito Ronnie James Dio, Ian Gillan, David Coverdale e Ozzy Osbourne. Se estamos falando sobre hard rock e heavy metal, esses eram os tipos de cantores que eu ouvia muito. Eu ouvia caras como Peter Gabriel e David Bowie também, esses são provavelmente os cantores mais importantes que eu ouvia.

Á propósito, você tem alguma relação com o baixista do Europe Jon Leven?

Apenas temos o mesmo sobrenome. (risos) Nós já tocamos juntos, tivemos uma banda chamada Southpaw. Lançamos um disco em 1998, era um disco muito bom, mas tínhamos uma gravadora horrível. Então somos amigos, tocamos muito juntos. Devemos ter alguma relação de centenas de anos atrás, não tem muitas pessoas na Suécia que têm esse nome, é bem incomum, mas pelo que sabemos, não há relação alguma.

É uma coisa interessante - Na década de 80 você praticamente só cantou em bandas de hard rock, mas na década de 90 e na atual você também trabalha com bandas mais extremas, como Abstrakt Algebra e Therion. Que tipo de música você prefere pessoalmente?

Bem, eu creio, nos últimos dois anos eu estive ouvindo músicas mais extremas, se falarmos de hard rock e heavy metal. Hoje ouço muito uma banda chamada Strapping Yound Lady com Devim Towsend do Canada, é bem pesado, e eu gosto muito. Quando eu comecei a gravar discos e coisas do tipo, era mais glam rock, AOR e hard rock básico, mas depois eu enjoei. Eu gosto muito dos dois discos que fiz com o Leif, ele é um dos meus melhores amigos, foi ele quem criou Abstrackt Algebra, e gravamos o disco do Krux também. Estou gravando um disco solo, mas ele não soa nada como essas bandas. (risos) Parece mais com Nine Inch Nails, é outro tipo de coisa, mas eu realmente ouço bastante tipos de música. Ouço reggae, rock e algo de jazz, gosto de Björk, gosto muito de Radiohead também, eu apenas gosto de boa música. Foi muito interessante tocar ao vivo com o Therion, porque as músicas são tão diferentes e variadas, foi realmente um desafio cantar algumas músicas, mas tudo têm dado certo. Nos divertimos muito, e foi bastante refrescante também começar a tocar com o Therion, porque é uma coisa tão diferente no palco. Somos 10 pessoas no palco, temos a soprano, é muito legal.

Um de nós viu Therion no Wacken Open Air em 2001, e ambos estávamos no recente show de Moscow. Agora um show do Therion é tão diferente de antes, com você há muito mais ação no palco...

Sim. (risos) Quando Christofer me pediu, eu acho que ele nunca tinha me visto no palco, então ele realmente não sabia o que esperar. Creio que, ele ainda pensou que eu ficaria no coral e um pouco mais no fundo, mas eu disse pra ele desde o começo "Se você quer tocar ao vivo, eu realmente quero ficar na frente, eu realmente quero fazer parte da banda toda". Por isso que nós meio que refizemos algumas músicas velhas, eu tenho a liberdade pra fazer o que eu gosto de fazer, e eu acho que levou alguns shows pra ele começar a relaxar e perceber que tudo tava bem, e que eu poderia segurar as pontas. Eu acho que têm sido bom pra banda toda ter um pouco mais de ação no palco, e eles gostam disso, eles realmente curtem o show. Maior parte do público curtiu também, porque é um Therion diferente agora.

De volta à Leif Edling - como você se juntou ao Abstrakt Algebra? Você era um fã do Candlemass naquela época?

Sim, eu sempre ouvi Candlemass, entretanto eu não conheci o Leif até 1993 ou 1994. Eu não me lembro realmente como nos encontramos pela primeira vez, provavelmente num bar ou coisa assim, eu não sei. (risos) Ele apenas me perguntou se eu estava interessado em fazer esse projeto, e eu estava. Acabos de faze-lo, e tudo foi muito rápido. Esse foi o álbum que Yngwie Malmstten ouviu, ele é um velho amigo do Leif, eles se conhecem há muito tempo. Ele ganhou uma cópia do disco do Leif, e ele tentou me encontrar por muito tempo antes de achar meu número de telefone. (risos) Foi assim que o Ingwie me chamou, porque ouviu Abstrakt Algebra e gostou muito.

Seu tipo de vocal nesse disco é muito diferente daquele do Treat. Isso foi coisa do Leif, ou aconteceu naturalmente para combinar com a música?

Provavelmente veio naturalmente com esse tipo de música, e eu ouvia à bandas muito mais agressivas naquela época também. Foi muito natural cantar daquele jeito, e nós meio que notamos rápidamante que ficou muito bom.

Leif recentemente lançou uma coleção de demos chamada de "Black Heart Of Candlemass". Você canta em alguma dessas demos? E também, o Abstrakt Algebra têve algum material não lançado?

Bem, aconteceu que começamos a fazer o segundo disco do Abstrakt Algebra aqui em Estocolmo, mas Leif não gostou muito com algumas gravações, com o som e tal. Ele não quis gravar o segundo disco, e ao invés disso depois algumas daquelas músicas se tornaram o novo disco de Candlemass. ("Dactylis Glomerata", 1997). Eu sei que ele lançou um CD duplo com material velho, e eu sei que tem algumas músicas nesse disco em que eu canto. Essas são músicas demos que mais tarde entraram no primeiro disco, eu acho, não me lembro agora.

Não podemos deixar de perguntar sobre seu trabalho com Ingwie Malmsteen. Sabe, todos sabem que Yngwie é uma pessoa muito difícil de se trabalhar e que ele troca de músicos muito freqüentemente. Mas ainda assim tem muitos cantores e músicos dispostos a arriscar e tentar trabalhar com Yngwie. Qual foi sua motivação nesse caso? Por que você deicidiu fazer parte da banda dele?

Bem, pra começar, pra mim foi como um desafio fazer algo com Yngwie. Eu estava meio que lisonjeado quando ele me pediu pra trabalhar com ele, e foi legal pra mim também, porque eu nunca fui à uma turnê mundial, e houveram várias outras coisas que me fizeram querer isso. Eu queria fazer um excelente disco com ele, e desde o começo eu esperava que poderíamos fazer músicas bem hard rock. Eu cresci ouvindo o material antigo do Rainbow, sou um velho fã de Ritchie Blackmore e Ronnie James Dio, então eu esperava que poderíamos fazer esse tipo de disco, especialmente porque tínhamos Cozy Powell na bateria. Eu sabia que Cozy Powell tocaria bateria, e claro, eu era um grande fã do trabalho dele com o Rainbow, então eu esperava que poderíamos fazer quase um disco no estilo do "Rainbow Rising". Isso é o que eu esperava. Não foi bem assim, mas ainda assim foi legal cantar algumas músicas. E a turnê também foi muito boa, tivemos uma afinidade muito boa. Eu acho que Yngwie gostou muito de trabalhar com um cantor da Suécia novamente, porque ele não tinha feito isso por seis ou sete anos. Tivemos uma boa afinidade de fato, não tive problemas com isso, sempre nos encontramos quando ele toca na Suécia. Eu o vi na última vez que ele tocou aqui, e ele tocará no Sweden Rock Festival esse ano, e o Therion também, então espero vê-lo novamente. Talvez eu entre no palco com ele e cante uma música ou coisa assim, nós ainda temos uma boa afinidade. Mas depois da turnê acabar eu senti que já tinha dado o bastante, eu esperava isso desde o começo realmente. Naquela época eu tive um caso aqui na Suécia também, quisemos mudar juntos e procuramos apartamento e coisas assim, e eu vi que um disco e uma turnê com Yngwie foi o bastante.

Como você calcula atualmente o impacto que seu trabalho com Yngwie têve na sua carreira? Você começou a receber mais propostas de bandas e músicos depois disso? Você ainda têm alguma resposta dos fãs de Yngwie?

Bem, eu recebi algumas ligações de pessoas interessadas. Do At Vance, a banda alemã, provavelmente fui chamado porque Olaf Lenk, o guitarrista, me ouviu com Yngwie Malmsteen. Creio que tive mais trabalho sim depois do disco de Yngwie.

Você trabalharia com Yngwie novamente se ele te convidasse?

(produz um som de perplexidade) Poderia ser legal fazer algo com ele novamente, eu não sei. Ainda somos amigos, e se ele quiser que eu cante em alguma música ou qualquer coisa, certamente eu faria. Eu não sei se eu entraria na banda de novo e faria uma turnê completa. Eu gosto muito de estar com o Therion agora, e mesmo que eu não faça parte da banda, eu gostaria muito de cantar no próximo álbum e fazer a turnê toda novamente, porque acho tudo isso tão legal. Eu me divirto muito com os caras, nos tornamos bons amigos, e se você for tocar com Yngwie Malmsteen, têm de trabalhar só com ele o tempo todo. Você não pode fazer algo fora disso. E do jeito que está agora, eu me sinto confortável fazendo tantas coisas o Therion e sendo capaz de fazer outras coisas fora da banda também. Meu trabalho com Leif, o Krux, só é por diversão, porque nós curtimos muito tocar juntos, e somos apenas amigos, apenas curtimos. É um pouco diferente de disco pra disco, alguns projetos que você faz como cantor solo, alguns discos que você faz com amigos aqui na Suécia. Você não recebe muito dinheiro por isso, mas não importa, você apenas quer fazer um bom disco com bons músicos.

Vamos falar sobre o Krux mais detalhadamente. Você se reuniu novamente com Leif Edling em 2002, mas apenas um disco foi lançado até agora. É um projeto do passado, ou devemos esperar pelo segundo disco algum dia?

Gravaremos o segundo disco em Março, nós já agendamos quando estaremos no estúdio. Esperançosamente ele será lançado no fim desse ano, depois do verão em diante. Não sei exatamente, porque isso é com o Leif, Leif sabe de tudo isso, eu apenas sei que gravaremos em Março. Leif está com o Candlemass, porque eles estão lançando um disco, e irão tocar em festivais nesse verão. Talvez eles farão também uma turnê depois do verão, não sei, e por causa disso vamos ter de esperar o disco de Krux até ele ter tempo. Eu gostaria de sair em turnê com eles, porque eles são bons amigos meus, e curtiriamos muito. Depende um pouco, porque também temos membros do Entombed no Krux, e eles também têm de estarem livres pra se juntar à banda. (risos) É meio difícil reunir todos os caras do Krux pra fazer uma turnê, mas seria legal tocar só algumas semanas, de qualquer maneira.

Até aqui quantos shows você já fez com o Krux?

Nós só tocamos duas vezes em Estocolmo. A primeira vez foi gravada para um DVD, e tocamos de novo a quase um ano atrás. É realmente muito difícil juntar a banda. (risos)

Considerando todas as bandas e projetos em que você participou, onde você mais colaborou?

Bem...provavelmente...eu participei muito no disco de Yngwie, eu praticamente escrevi quase todas as letras e compus muitas melodias vocais também, mesmo que eu não seja reconhecido por isso. No disco de Southpaw que fiz com Fredrick Akesson, cada um fez metade do disco, pode-se dizer. Krux e Abstrakt Algebra são materiais totalmente do Leif, não tive muito a ver com eles. Eu fiz maior parte das letras no último disco de At Vance que está sendo lançado agora. Eu compus alguma coisa no disco de Treat também. É o que lembro até agora. Mas provavelmente maior parte das músicas que compus ainda estão guardadas para mim, pro meu disco solo, porque o estilo é muito diferente.

Você pode dar mais informações sobre seu disco solo pra gente? Quem toca nele? O que já foi feito?

É meu projeto desde o começo, eu estive tocando vários instrumentos sozinho, eu estive gravando toda a bateria e tal, mas eu devo refaze-las com outro cara que eu comecei a procurar. E tem um baixista aqui de Estocolmo, e o cara que toca guitarra no disco junto comigo é o Fredrick Akesson, fizemos o disco de Southpaw juntos. Ele esteve com o Tiamat agora, em turnê, e costumava tocar com o Talisman também. Eu toco um pouco de guitarra também e faço toda a parte de teclado. Não fiz os vocais ainda, farei daqui a alguns mêses, mas eu não tenho uma gravadora ainda. Estou gravando todo o material sozinho e pagando por isso sozinho, e esperançosamente eu terei o disco lançado.

Ele deve ser muito interessante, estamos esperanndo por isso. Mas voltando de novo, quais dos seus CDs você freqüentemente ouve?

Eu nunca ouço nenhum deles! (risos) Não consigo me lembrar quando eu ouvi algum disco que fiz, eles apenas criam pó. Mas se eu fosse ouvir algum, provavelmente ouviria Krux e Abstrakt Algebra, talvez algo de Yngwie também. Não ouviria Therion, porque tocamos tanto aquelas músicas ano passado, fizemos em torno de 55 shows, e eu não ouviria esse material agora. E eu apenas cantei em quatro músicas daquele álbum duplo também.

Há alguma chance de uma reunião do Treat?

Não. Depois que fizemos esse disco com Treat, tanto eu como Anders Wilkstrom, o guitarrista, que sempre foi o líder e motor da banda, começamos a ouvir outros tipos de música naquela época, como Pantera. Depois que paramos com o Treat, ele, eu e Niklas, o baterista do Electric Boys, começamos uma banda cover no verão seguinte, onde tocamos muito Pantera e Red Hot Chili Peppers. São estilos totalmente diferentes de música do que aquele que fazíamos com o Treat. Ambos sentimos que nós provavelmente não faríamos isso de novo. Foi bom naquela época, mas sentimos que foi o bastante. Eu sei que tem havido algumas conversas sobre uma reunião, mas essas conversas são iniciadas mais por membros anteriores, eles querem fazer algo. Eu não faria de novo, e Anders idem, e visto que o Anders foi o fundador e não está lá, acho que nada vai acontecer. Anders é um compositor muito bem sucedido, ele coopera com outro amigo meu aqui na Suécia, eles acabaram de começar um projeto pop, e eu ficaria muito surpreso se houvesse uma reunião de Treat.

Nesse projeto cover que você fez com o Anders, foi você que cantou as partes de Phil Anselmo?

Sim. Costumávamos tocar "Mouth For War" e "Walk" do disco "Vulgar Display Of Power".

Wow! Há algum vocalista cujas partes você não consiga reproduzir? Ou você pode cantar como qualquer um que você ouve?

Não, não posso. Algumas pessoas têm vozes muito especiais que são muito difíceis pra mim fazer. Algumas vozes eu consigo, algumas seriam muito difíceis. Seria muito difícil pra mim soar como Rod Stuart ou David Lee Roth, porque eles tem vozes que são muito especiais. Seria difícil pra mim soar como Freddie Mercury, por exemplo. Tem tantos cantores bons que possuem vozes específicas que seria muito difícil pra mim fazer. Algumas você pode identificar, compreender a vibração desses vocais, mas certamente tem tantos cantores bons que eu não consigo reproduzir. (risos)

Existe algum jovem cantor que te impressionou ultimamente?

Bem, no hard rock e heavy metal, não poderia te dizer. Gosto muito do vocal de Devin Townsend, mas ele não é jovem mais. Gosto muito de Strapping Young Lad, gosto muito de algumas coisas que ele faz com a voz, acho ele ótimo. Sou um fãzaço de Mike Patton, o ex-cantor de Faith No More, gosto muito dele. Há provavelmente muitos cantores bons que eu não ouvi, porque eu não ouço todas as bandas novas, mas sei lá. Muitas bandas novas estão aparecendo agora, elas soam muito bem e tocam muito bem, mas eu não consigo pensar um uma pessoa específica agora.

Vamos falar do Sabbtail, uma banda muito interessante em que você trabalhou alguns anos atrás. Eles ainda continuam, há alguma chance de lançarem outro disco?

(suspira) Eu também me pergunto sobre isso. Eu não sei, não posso te dizer. O disco em que cantei ("Nightchurch") foi lançado talvez a um ano atrás, e estivemos conversando sobre um novo disco pelos últimos seis mêses, mas nada parece acontecer. Eu não sei qual é o problema, porque é o projeto do tecladista Jan Bingegard e do baixista Janne Lund, eles compoem todas as músicas. Fredrick, o guitarrista que está em meu disco solo, também está nesse projeto. Não sei o que vai acontecer. Eu nem mesmo tenho a cópia do lançamento Japonês, eu pedi por ele e não recebi. Pra ser bem sincero com vocês, eu não recebi todo o dinheiro que eles me devem. (risos) Eu me interessaria em fazer outro disco, porque gosto de muitas músicas, foi um cruzamento legal entre Deep Purple e Black Sabbath, mas eu não tenho notícias dos caras a bastnte tempo. Eles não moram aqui no centro de Estocolmo, então eu nunca os vejo. Estive tantanto ligar pra eles também, mas é difícil encontra-los. Eu realmente não sei o que está acontecendo.

Algumas pessoas descrevem o "Nightchurch" como um disco sobre oculstimo. Alguém na banda se interessa por ocultismo ou alguma religião heterodoxa?

É o tecladista que escreve todas as letras mais ou menos, e ele se interessa muito por essas coisas. Eu não acho que ele é um ocultista, mas ele se interessa por coisas assim.

Há outra banda legal em que você participa - At Vance. O que o fez aceitar a proposta de Olaf Lenk de se juntar à eles? Eles moram na Alemanha, então pra você participar você deve viajar muito...

Sim, mas isso não é um grande problema, é meio fácil ir à Frankfurt de Estocolmo. No começo eu não gostei da idéia, mas Olaf não parava de me ligar. (risos) Me encontrei com Olaf, ele é um cara muito legal, e depois de um tempo ele meio que me persuadiu. Todas as músicas estavam mais ou menos escritas naquela época, tínhamos todas as letras, então eu apenas as cantei. O disco ("The Evil In You") foi lançado em 2003, então gravamos outro disco alguns mêses atrás, e que será lançado daqui uns mêses. Começaremos a turnê em Março e Abril junto com uma banda chamada Brainstorm, ficaremos três semanas na Europa.

Você pode comparar Olaf e Yngwie como músicos e seres humanos? Quero dizer, ambos são guitarristas que comandam suas bandas...

Sim, Olaf é um guitarrista muito talentoso também. Você pode compara-lo à Yngwie um pouco, porque ele usa a mesma escala pros solos. O At Vance também é uma banda muito baseada em Olaf, ele tem um estúdio na casa dele também, assim como Yngwie, e mais ou menos tudo é gravado lá. Olaf compõe todas as músicas também, e ele conduz a banda muito bem, e têm havido muitas mudanças no line-up do At Vance através dos anos também. Creio que você pode compara-los nesse sentido. Mas como seres humanos, eles são bastante diferentes.

Você também pode comparar o processo de gravação de "The Evil In You" e do novo disco? Pelo que sabemos, você tem muito mais liberdade agora com letras e partes vocais...

Quando me juntei ao At Vance, Olaf não me conhecia, ele estava tão acostumado com o...velho vocalista da banda Oliver Hartmann, Olaf costumava dizer o que ele tinha de fazer, foi mais as idéias do Olaf que sobressairam nos discos, isso foi o que ele me contou, de qualquer maneira. E eu estou acostumado a fazer o que quero, então demorou um pouco até o Olaf relaxar e confiar em mim, por assim dizer. Demorou até começarmos a tocar ao vivo e ele compreender que me saio muito bem se eu fizer as coisas como quero. Nesse sentido, foi mais fácil dessa vez. Mas foi mais difícil gravar o novo disco, porque estive tanto em turnê com o Therion nos últimos seis mêses, que foi realmente difícil ter tempo pra gravar o disco de At Vance. Eventualmente fizemos alguns shows com o Therion na Grécia no começo de Outubro, eu peguei o avião direto pra Frankfurt e fiquei lá por três dias. Aí foi quando eu re-escrevi maior parte das letras de Olaf e gravei o disco. Foi muito estressante, porque eu tinha outro show agendado com o Therion pra próxima semana, nós não tivemos muito tempo pra fazer esse disco. Mas funcionou. Pro "The Evil In You" tivemos muito mais tempo pra trabalhar.

Que som e estilo o próximo disco terá? Será At Vance tradicional, ou devemos esperar alguma surpresa?

Eu acho que é bem o estilo do "The Evil In You", porque Olaf têm sua maneira de compor as músicas, e será o mesmo som de At Vance no novo disco também, não terá muita diferença. De qualquer maneira Olaf compôs todas as músicas desde o começo, só as letras que serão um pouco diferentes.

Qual sua música favorita de At Vance pra tocar ao vivo?

Tem várias músicas no "The Evil In You" que eu gosto muito de tocar ao vivo. Gosto muito de tocar "The Evil In You", a faixa título, e gosto também de "The Curtain Will Fall". Uma música que ficou muito boa ao vivo foi "Broken Vow". Tocamos algumas músicas antigas também as quais Oliver costumava cantar, e "Take Me Away" foi uma dessas que gostei muito. Mas creio que é bastante normal que você goste mais das músicas que você mesmo gravou.

Você se lembra do melhor show ao vivo que você já fez?

Difícil. (risos) Nos últimos seis mêses com o Therion fizemos uns shows muito bons com público muito grande e bom, acho que Moscow foi um desses. Fizemos shows muito bons na Bolívia e em Salvador, mas tocamos tanto que eu não consigo lembrar deles adeqüadamente. Eu fiz alguns shows muito bons com Yngwie no Japão, e o segundo show do Krux foi bem legal. Houveram tantos shows bons, mas muitos deles foram com o Therion em 2004. Moscow foi o último show que fizemos em 2004, e foi um último show muito bom de se fazer. Haviam muitas pessoas, e pra mim foi um show muito bom de se fazer.

Na sua opinião, o que torna um show ao vivo bem sucedido pra você - qual é o critério?

Depende muito do público. Se há um bom público, e se você tiver um bom som no palco, dá certo. Algumas vezes os shows bons são quando você não tocou por alguns dias e você está um pouco mais entusiasmado, você realmente quer arrasar. Não importa se for Terça-Feira ou Sábado, é simplesmente uma noite boa, ás vezes simplesmente acontece. Também é muito legal tocar em festivais, você toca ao ar livre de madrugada, quando está fresco, eu gosto muito de tocar em festivais, especialmente quando está escuro.

Uma pergunta sobre sua imagem. Hoje em dia muitos músicos estão cortando o cabelo, mas nos últimos anos você foi contra isso. Por que? O que te fez deixar crescer o cabelo de novo?

Quando toquei com o Krux, eu raspei meu cabelo todo. Eu estava acostumado com cabelo longo, costumava deixar crescer por muito tempo, e eu experimentei ver como seria não ter cabelo algum. Eu fiz isso por algum tempo, depois comecei a deixar crescer de novo..não sei, cara (risos), eu não sabia o que fazer com ele, então deixei crescer de novo. Quando você tem cabelo grande, repentinamente é tão importante te-lo, e eu apenas quis ver como é não ter cabelo algum, Foi muito legal, especialmente no verão foi ótimo, depois do banho eu não tinha problema algum. Mas depois eu comecei a deixar crescer novamente, e ficou legal também. Vamos ver o que acontece. (risos)

O que você faz além cantar? Têm família? E hobbies?

Eu não tenho família exceto pelos meus pais e irmãos. Quanto á hobbies, eu pratico snowboard e jogo golfe e vou pra academia com um amigo.

E a pergunta final - o que você considera sua maior realização na carreira? E quais as decepções, se tiver alguma?

Eeeh...(silêncio)

Uma pergunta difícil, a gente sabe.

Alguns dos melhores momentos que passei tem a ver com sair tocando em países que nunca estivemos. Quando toquei com Yngwie, foi a primeira vez que fiz shows no Japão e na América do Sul, esse foi um momento muito especial pra mim. Foi muito importante pra mim encontrar Cozy Powell e trabalhar com ele. (silêncio) Realmente é difícil, eu nunca pensei sobre isso assim. Mas estou muito certo de que musicalmente eu tenho um desses momentos especiais na minha frente, especialmente com o disco que estou fazendo agora. Em relação aos momentos ruins, eu não sei...tiveram muitos anos no meio da década de 1990, em que eu não sabia realmente o que fazer, depois do Treat e antes de trabalhar com Yngwie foram anos em que eu não sabia realmente que direção tomar. Talvez esses foram os piores momentos, sei lá. (risos)

Roman "Maniac" Patrashov, Felix "the Comrade"
21 de Janeiro de 2005.
© Russian Darkside e-Zine

Traduzida por Paulo Squarsoni
Comunidade brasileira do Therion no orkut